Posted: 06 Sep 2014 06:19 AM
PDT
Cuando saiu da prisão, depois
de 12 dias de tortura, José
María Galante mal se movia. Ofereceram-lhe uma cadeira de
rodas. Não quis me sentar, pensei que fosse uma cadeira elétrica. Passadas
quatro décadas, Galante, 66, sentou-se mais uma vez, em abril passado, diante
de seu torturador.
Dessa vez, em um tribunal
espanhol, para pedir a extradição de Antonio
González Pacheco à Argentina, onde espera que ele seja
julgado. Há na Espanha um movimento civil pela discussão da lei que anistiou,
em 1977, tanto presos políticos quanto figuras da ditadura de Francisco
Franco (1936-1975) envolvidas no desaparecimento, tortura e morte de
dissidentes. Existem discussões semelhantes a essa no Brasil.
Um de seus fenômenos de maior
força é hoje a Querella Argentina, que trabalha com o conceito de justiça
universal, driblando a anistia espanhola e pedindo o julgamento de membros do
regime franquista em solo argentino.
Galante dedicou-se durante um
ano a encontrar seu torturador, investigando sua vida e sua carreira, para
que pudesse pedir a extradição. Ele encontrou Pacheco por meio de sua inscrição
em uma corrida. Seguiu o homem que o aterrorizou e descobriu: ambos moram,
hoje, a 500 metros de distância um do outro, em Madrid. Ele tem um aspecto
repugnante inconfundível diz à Folha. Galante conta que, além da raiva,
sentiu-se feliz por tê-lo encontrado. Eu estava preparado para aquilo.
Galante se lembra, ainda, de como Pacheco apelidado Billy, The Kid se portava
como se fosse o Bruce Lee durante a tortura. Ele gritava, dizia que poderia
me destruir apenas com as mãos. Era a mistura de algo risível com um cara que
podia me matar recorda-se. A Querella
Argentina está baseada na ideia de que certos crimes, como
aqueles cometidos contra a humanidade, podem ser julgados em outros países.
Se afeta a humanidade, não deve haver fronteiras para a justiça diz o
advogado Carlos Slepoy.
Uma juíza argentina aceitou o pedido de julgar ali os membros da ditadura
espanhola, assim como a Espanha fez em relação ao último regime de exceção do
país sul-americano (1976-1983). O argentino Adolfo Scilingo foi
condenado em 2005 por um tribunal espanhol a 640 anos de prisão. Dois anos
depois, a pena foi aumentada para 1.084 anos. Slepoy compara o caso
espanhol ao brasileiro, no debate de suas leis de anistia, e nota que as
democracias, por medo ou por interesse, não fazem justiça quando sucedem
ditaduras. O tema tem sido discutido por seus detratores no país como uma
questão de unidade nacional, em que o pacto feito em 1977 teria sido
necessário para a transição. A anistia para os criminosos da ditadura de
Franco foi uma garantia apenas para eles diz Josu Ibargutxi, que participou do
movimento basco e foi preso entre 1968 e 1977. O ‘delicado pacto’ serviu para
perpetuar golpistas e seus herdeiros no poder. Tanto na Espanha quanto no
Brasil, os crimes de lesa-humanidade cometidos durante suas ditaduras não
podem ser anistiados.
O sistema político que
permitiu, impulsionou ou encobriu esses crimes deve ser julgado e condenado
por eles afirma. É também o pedido de Manuel
Blanco Chivite, 79, um entre os últimos 11 condenados à morte
na Espanha de Franco, durante o ano de 1975. Cinco foram fuzilados. A
transição espanhola foi feita com concessões diz à Folha, no galpão onde
dirige uma editora especializada no tema da ditadura. O processo nos trouxe à
situação em que o Parlamento ainda não condenou o regime diz o
ex-condenado. Chivite foi preso acusado pelo atentado contra um
policial, que morreu. Ele não comenta o episódio e não reconhece, também, a
autoridade dos conselhos de guerra que julgaram o caso. Não queremos a anistia
de ninguém. Muito menos desses canalhas. Nós lutamos contra um Estado
terrorista, cumprindo nosso dever democrático. Eles nos anistiaram do quê?
diz Chivite.
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Blog d'en Jordi Grau i Gatell d'informació sobre les atrocitats del Franquisme..... "Las voces y las imágenes del pasado se unen con las del presente para impedir el olvido. Pero estas voces e imágenes también sirven para recordar la cobardía de los que nada hicieron cuando se cometieron crímenes atroces, los que permitieron la impunidad de los culpables y los que, ahora, continúan indiferentes ante el desamparo de las víctimas" (Baltasar Garzón).
diumenge, 7 de setembre del 2014
Espanhóis tentam driblar anistia dada a crimes da ditadura Franco
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